Você já percebeu os padrões repetidos em sua família? Quantas vezes ouvimos expressões como: “Tal pai, tal filho”, “Filho de peixe, peixinho é”. E muitas vezes nos perguntamos: Por que repetimos os mesmos padrões? Por que temos sempre os mesmos tipos de chefes ou companheiros (as)? Por que os altos e baixos se repetem sempre em minha vida?
Do ponto de vista da Psicologia agimos em função do inconsciente. As memórias de grandes sofrimentos são aparentemente apagadas da consciência, mas armazenadas no inconsciente, uma vez que não temos resiliência ou condição de elaborar a situação no exato momento em que acontecem. Segundo o médico americano Peter Levine, PhD, criador da Experiência Somática, abordagem neurocientífica, e autor do livro “Uma voz sem palavras – como o corpo libera o trauma e restabelece o bem-estar”, existe uma série de fatores que determinam o armazenamento do trauma ou memória de dor no inconsciente, como a grandeza do evento estressante, idade em que ocorreu o trauma e predisposição genética.
Sempre que algum acontecimento tiver alguma semelhança com a memória de dor, o conteúdo vem à tona através de sentimentos negativos, sensações desagradáveis, comportamentos inoperantes, entre outras, como forma de lembrar que, aquela dor, causada pelo evento do passado, não foi ressignificada ainda e continua atuando no inconsciente, como um ciclo vicioso.
Sigmund Freud, médico neurologista e criador da psicanálise, foi o primeiro a descrever e perceber que somos afetados por uma memória inconsciente. O psiquiatra e psicoterapeuta suíço Carl Gustav Jung afirmou que, além do inconsciente pessoal, somos afetados, também, pelo inconsciente familiar ou coletivo.
Neste sentido, Bert Hellinger, psicoterapeuta alemão e criador das Constelações Familiares, foi pioneiro ao perceber a atuação do inconsciente coletivo sobre todo o sistema familiar, inclusive na repetição de padrões, descrevendo, também, os princípios que regem este inconsciente familiar. Ele notou que, através das Constelações Familiares, é possível acessar e compreender as dinâmicas ocultas que permeiam a nossa história de vida, as ligações inconscientes que influenciam as pessoas que convivem em um mesmo sistema.
Ainda para Hellinger, quando em desequilíbrio, as ligações inconscientes geram dor, conflitos, dificuldades e criam um sentimento de co-dependência. E percebeu, também, os movimentos em direção às soluções, propondo alterações no inconsciente coletivo que levam aos movimentos curadores. Em equilíbrio, a pessoa parte, naturalmente, em busca do novo caminho, de forma independente, respeitando os papéis de cada um e o limite entre o dar e receber nas relações.
Incluir excluídos, honrar ancestralidade, ocupar seu próprio lugar e deixar que os outros ocupem o seu são alguns dos movimentos curadores dentro de um sistema familiar. Assim, Constelação Familiar é estruturada para que o conflito seja percebido, compreendido e desfeito de forma amorosa e equilibrada.
Cada ser humano carrega em si todas as informações e histórias sobre as vidas de seus antepassados. É o chamado patrimônio impresso em nosso ser, em nossos genes e no inconsciente coletivo de nossa família, sendo transmitido de geração em geração.
Podemos pensar: De que forma os acontecimentos vividos por nossos antepassados podem influenciar nossa vida aqui e agora? Do ponto de vista da Biologia, este fenômeno é explicado por duas teorias, a primeira delas, Teoria dos Campos Morfogenéticos, formulada pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake.
Sheldrake é pesquisador da Universidade de Cambridge - Inglaterra, pesquisador da Universidade de São Francisco – EUA e professor visitante e diretor acadêmico em Connecticut - EUA. Para ele, os Campos Morfogenéticos ou Campos Mórficos são campos que levam informações, não energia, e são utilizáveis através do espaço e do tempo sem perda alguma de intensidade depois de terem sido criados. Os organismos vivos não herdam apenas os genes, mas também os campos mórficos. Os genes são recebidos materialmente dos antepassados; os campos mórficos são herdados de um modo não-material, por meio da ressonância mórfica, não somente dos antepassados diretos, mas também dos demais membros da espécie, alimentando uma espécie de memória coletiva.
A memória coletiva e inconsciente faz com que formas e hábitos sejam transmitidos de geração para geração. O Campo Morfogenético pode ser visto como uma região de influência, como se fosse a biblioteca virtual de tudo que nossa família já viveu, como dores, amores, perdas, guerras, mortes, fracassos, sucessos e alegrias, a qual atua dentro e em torno de todo organismo vivo. É algo parecido com o campo eletromagnético que existe em volta dos imãs.
Para este cientista, cada grupo de animais, plantas e aves, por exemplo, está cercado por uma espécie de campo invisível que contém uma memória, e cada ser vivo usa a memória de todos os outros seres vivos da sua espécie. Esses campos são o meio pelo qual os hábitos de cada espécie se formam, se mantêm e se repetem. O conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie. Os seres humanos também têm uma memória comum. É o que Jung chamou de inconsciente coletivo ou familiar. "A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal (…) por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina, pois nossas ações podem influenciar os outros e serem repetidas." Sheldrake, R.
A outra explicação para o funcionamento das Constelações Familiares vem da Epigenética, ramo da Biologia que estuda as influências e modificações que o DNA (Ácido Desoxirribonucleico - genes) sofre pela ação do meio ambiente, dos pensamentos, hábitos de vida e ambiente social em que um ser vivo está inserido.
Bruce Lipton, biólogo norte-americano, autor do livro “Biologia da Crença”, é referência nesta área. Ele descobriu a existência de nanorradares em nossas células, que captam conteúdos da esfera inconsciente, permitindo que informações do campo morfogenético se fixem nas células, são os chamados marcadores somáticos ou memória celular.
As informações do campo mórfico ou inconsciente familiar atravessam o tempo, por várias gerações e se manifestam em gerações atuais, no aqui e agora.
A médica psiquiatra e analista junguiana, mestre e doutora em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eleanor Luzes, traz informações da Epigenética e afirma que todas as histórias que vivemos desde a concepção até praticamente os três primeiros anos de vida ficam guardadas no hemisfério direito do cérebro, chamadas de matriz ou registro primário. Nós não temos consciência delas, mas elas determinam como conduzimos a vida, e para o resto da vida.
Segundo Luzes, herdamos, também, um código de linguagem de nossos antepassados. Nosso DNA armazena e transcreve informações. Essas informações transpassam para o ambiente no qual nos desenvolvemos.
A médica afirma ainda que, através de técnicas quânticas, como a Constelação Familiar, por exemplo, é possível alterar a matriz ou registro primário e o código de linguagem que herdamos de nossos antepassados.
A Epigenética traz, também, a ideia do gene que se transforma por toda vida: podemos, então, mudar a possibilidade de continuar escrevendo o que nossos ancestrais nos deixaram. Hoje, é possível mudar as matrizes e as histórias que estavam fadadas a se repetirem.
Mas, na prática, como isto é possível?
As Constelações Familiares permitem que nós nos desvinculemos, psiquicamente, de nossos antepassados e de nossos registros primários.
Segundo Hellinger existem três leis ou princípios que regem o inconsciente familiar: Pertencimento, Equilíbrio nas Relações de Troca e Respeito Hierarquia ou Ordem de Chegada.
Ele reconheceu o Princípio do Pertencimento quando estava na África do Sul, onde vivenciava dinâmicas de grupo que eram realizadas com a população, na tentativa de evitar a guerra civil, pois vivenciavam, na época, o violento e agressivo regime de separação racial, o Apartheid.
Em uma destas dinâmicas de grupo perguntaram a Hellinger: “Se você tiver que escolher entre as pessoas e os valores morais, o que você escolhe?”. O psicoterapeuta sabia que tinha que escolher as pessoas, mas também sabia o que as pessoas eram capazes de fazer caso não concordassem com um ponto de vista de um grupo. Eram capazes de matar uma as outras, e era exatamente isto que acontecia em relação ao Nazismo e ao Apartheid.
Observou ainda que, se as pessoas, quando concordam com o ponto de vista de um grupo, sentem-se pertencentes, ficam de consciência leve, e, se não concordam, sentem-se mal, ficam de consciência pesada, se excluem e são excluídas do grupo.
Tomemos um exemplo de uma Constelação Familiar onde o tema era raiva de homens que uma cliente sentia e não havia nenhum motivo aparente que justificasse tal sentimento.
Abrindo-se o campo da Constelação, o bloqueio e causas dos chamados auto-boicotes que estão no inconsciente vêm à tona, ou seja, vêm à consciência, lembrando que nós só podemos ressignificar aquilo que conhecemos e temos consciência. Percebeu-se, então, que a cliente estava vinculada da avó, cujo marido tinha duas famílias. Na época em que a avó viveu, ela não podia se separar. Uma mulher separada era mal vista, também não poderia trabalhar fora, para a sociedade da época, não existia emprego para mulheres. Então, como se separar e trabalhar para sustentar a si mesma e aos filhos? Não tinha opção, ela tinha que permanecer casada, aguentar as traições do marido e aguentar, também, a raiva que sentia desta situação à qual estava submetida.
Bert Hellinger percebeu, em seus estudos, que nada nem ninguém pode ser excluído do campo mórfico familiar, nem mesmo um sentimento, no caso, a raiva. “Pertencer à nossa família é a nossa necessidade básica. Esse vínculo é o nosso desejo mais profundo. A necessidade de pertencer vai além até mesmo na nossa necessidade de sobreviver. Isso significa que estamos dispostos a sacrificar e entregar nossa vida pela necessidade de pertencer a ela.” Hellinger, B.
Nesta constelação, vê-se que a neta repete, então, o padrão da avó, sentindo raiva de homens e atraindo homens infiéis para sua vida. Inconscientemente, a neta tenta resolver a situação ou se solidarizar com a avó, a qual não teve sucesso em sua vida amorosa. É como se, inconscientemente, ela dissesse à avó: “Por amor a você eu me solidarizo e também não tenho sucesso com os homens”, como se a cliente quisesse dividir a dor da antepassada com ela, na tentativa de amenizar os sofrimentos.
Nos movimentos de cura promovidos pela Constelação Familiar, a cliente pode perceber que este, infelizmente, era o destino da avó, e que não adiantava repetir o padrão, isso não aliviaria a dor de sua antepassada. É o que Hellinger chamou de “O amor que adoece.”. Na verdade, tudo que todos antepassados desejam aos seus descendentes é que estes sejam bem-sucedidos, melhores do que eles mesmos puderam ser.
Quando a neta percebeu que estava honrando a avó, na dor, a cliente pode se libertar deste padrão e honrar a avó com sucesso amoroso. Este é chamado “O amor que cura.”.
Outro princípio que Hellinger percebeu é o respeito à Hierarquia do Tempo, ou Lei da Ordem de Chegada. Segundo ele, desrespeitos à Hierarquia do Tempo em um sistema familiar podem gerar destinos trágicos a algum descendente.
Certa vez, recebi em meu consultório um casal com duas crianças. Um menino adolescente, e uma menina com três anos. Pude observar, logo no início, que a mulher ignorava completamente o adolescente. Ele conversava com ela, perguntando coisas simples, como: “Posso pegar uma bala?” e não obtinha respostas, nem mesmo um olhar.
Este menino era filho do primeiro casamento do atual marido dela. Parece que a segunda esposa gostaria de apagar da história o primeiro casamento do atual marido, o que é impossível. Ninguém pode apagar o passado. E justamente o respeito a quem veio antes é que promoverá o equilíbrio no campo inconsciente desta família.
Esse adolescente é fruto do primeiro relacionamento do marido desta mulher, cronologicamente, veio antes, assim como o primeiro casamento em relação ao segundo. Isto tem que ser respeitado. Este homem hoje está pronto para um novo casamento graças às vivências e experiências de sua primeira relação, que acabou. É importante que todos tenham um lugar no campo familiar, inclusive ex-parceiros.
É, também, muito comum observarmos o desrespeito à Lei da Ordem em empresas, quando algum funcionário tem alguma atitude interna de desrespeito a quem chegou antes, na empresa, mesmo que o funcionário mais recente tenha mais conhecimentos técnicos que funcionários antigos. “O ser é estruturado pelo tempo. O ser é definido pelo tempo e, através dele, recebe seu posicionamento. Quem entrou primeiro em um sistema tem precedência sobre quem entrou depois. Sempre que acontece um desenvolvimento trágico em uma família, uma pessoa violou a hierarquia do tempo.” Hellinger, B.
Bert Hellinger percebeu que o Equilíbrio das Relações de Troca ou Lei do Equilíbrio é outro princípio que rege o inconsciente. Muitos problemas nos relacionamentos ocorrem quando este princípio é desrespeitado - quando um dos parceiros oferece mais que o outro é capaz de retribuir, como afetos e cuidados. Quem muito deu se sente esvaziado e tende a cobrar. E quem muito recebeu sente-se endividado e tende a retribuir, se isto não for possível, de alguma maneira, a pessoa que muito recebeu se sente endividada e tende a sair do relacionamento. “O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e o receber forem equivalentes. Nós nos sentimos credores quando damos algo a alguém e devedores quando recebemos. O equilíbrio entre crédito e débito é fundamental nos relacionamentos.” Hellinger, B.
Felizmente, através das Constelações Familiares podemos perceber as dinâmicas que atuam no inconsciente e promover as mudanças nestes padrões que nos afetam. E como podemos caminhar para as soluções, impedindo que os padrões do passado interfiram no momento presente? As Constelações Familiares (através das vivências em grupo ou no atendimento individual) revelam, de forma rápida e surpreendente, as leis ocultas que foram infringidas nas gerações anteriores, permitindo, assim, que a pessoa se desvincule psiquicamente de um antepassado, liberando-se de fardos e encargos provenientes da família.
E como se desvincular psiquicamente de um antepassado? Os cientistas, a partir da Teoria da Relatividade, formulada por Albert Einstein, elaboraram a Teoria das Cordas e, através destes estudos, sabem que todo universo é composto por matéria ou energia. Filamentos de energia, chamadas cordas podem se mover de maneiras diferentes. Cada movimento das cordas representam diferentes partículas elementares. Estas partículas (átomos) são formadas por subpartículas atômicas, os quarks, os quais são compostos por filamentos de energia (cordas) que vibram de diferentes maneiras, em diferentes dimensões (hoje, a ciência já conseguiu calcular 12 dimensões). As cordas ou filamentos também podem se esticar e transitar em diferentes dimensões, e, portanto, podem levar e trazer informações.
Quando acessamos o inconsciente coletivo, ou familiar – o Campo Morfogenético, através das Constelações Familiares, podemos, através das falas de cura ou de solução, propostas pelo terapeuta, levar estas informações a diferentes dimensões, ressignificando, assim, os registros inconscientes. (...) a eternidade não é a consciência de um tempo sem fim, mas uma consciência que, em si mesma, situa-se fora do tempo. O momento eterno é um momento atemporal, que não conhece nem passado nem futuro, antes nem depois, ontem nem amanhã, nascimento nem morte. (...) Podemos dizer que o tempo parece suspenso em todas as experiências porque, nelas, somos totalmente absorvidos pelo momento presente. É claro que, nesse momento presente, caso nos limitemos a examiná-lo, não existe tempo. O momento presente é um momento atemporal e um momento atemporal é um momento eterno. Wiber, K.
Como se desenvolve a dinâmica da Constelação? O cliente coloca a sua questão e o terapeuta colhe algumas informações sobre o sistema familiar. Vale ressaltar que o cliente não precisa revelar segredos de si mesmo e nem dos membros da família.
Com base nessas informações, o terapeuta pede ao cliente para escolher, entre os participantes do grupo, representantes para si mesmo e os principais membros da família, e os posiciona no espaço da sala, de acordo com as suas imagens internas.
O terapeuta pergunta aos representantes suas sensações corporais, sentimentos e percepções. A partir daí, o facilitador ou terapeuta, se necessário, altera o posicionamento dos representantes na Constelação e pede a eles que digam frases a fim de buscar uma solução.
O passo final é a colocação do cliente no lugar do representante na Constelação. Tal procedimento é muito importante, uma vez que ele poderá sentir, com toda a força, a dinâmica que trouxe a reconciliação e solução para o seu problema.
As Constelações Familiares podem trabalhar dificuldades de relacionamento entre os membros da família ou de trabalho, relacionamento entre casais, namorados e amantes, relacionamentos atuais, conflitos e traumas não resolvidos com os parceiros anteriores, apego e desavenças com ente querido já falecido, por exemplo: luto ou dor não vividos, culpa reprimida e outros sentimentos que aprisionam, pessoas rejeitadas ou excluídas da família, triângulos amorosos e incesto, dificuldades para engravidar, adoção, abortos, distúrbios de comportamentos, tais como: agressividade, culpa, medo, tristeza, ansiedade, depressão, dependência química, saúde e doenças, padrões repetitivos ao longo de gerações, questões profissionais e financeiras, entre outras.
Quais são diversas maneiras de se realizar uma Constelação Familiar? Quando abrimos o campo da Constelação podemos acessar informações do inconsciente familiar, além das partes da subpersonalidade do cliente. E, através de figuras, elementos e recursos, os arquétipos e imagens internas inconscientes do cliente se apresentam através de sensações, sentimentos e imagens. Para isso, usamos representantes (pessoas que participam das constelações de outras pessoas), figuras, como bonecos, cristais, fotografias, árvore genealógica ou outros objetos que representam o campo familiar, ou, através de imagens, são as chamadas Constelações Maditativas. Neste tipo de Constelações, o cliente traz em sua tela mental a imagem do antepassado e o terapeuta facilita o diálogo entre ambos.
Pode-se constelar, também, o Mapa Natal de uma pessoa: cada planeta ou astro expressa um arquétipo do cliente (estruturas da personalidade) os quais podem se manifestar de maneiras complexas ou sutis.
Também é possível acessar os arquétipos, utilizando-se de animais de poder descritos pelo xamanismo. Estes, na verdade, são apenas recursos, figuras de linguagem, das quais o terapeuta se utiliza para acessar as informações do inconsciente.
Na dinâmica da Constelação Familiar Sistêmica cria-se uma imagem espacial dos processos psíquicos e das vinculações familiares do constelado, esclarecendo os “emaranhamentos sistêmicos”, ressignificando-os, permitindo, assim, que o constelado caminhe, protegidamente, por seus espaços internos, “desatando emaranhamentos”, em direção à solução.
Na Alemanha e Espanha já existem Constelações Familiares sendo realizadas em escolas, é chamada de Pedagogia Sistêmica, as quais buscam a resolução dos conflitos no meio escolar.
Já a Constelação Empresarial ou Organizacional é uma derivação da Constelação Familiar, muito utilizada no Brasil e em diversas partes do mundo. Bert Hellinger percebeu que, nas empresas, atuam, também, Leis Sistêmicas, que determinam e influenciam a saúde da empresa, muitas vezes se sobrepondo aos planejamentos estratégicos usuais.
O Hospital da Clínicas da Universidade Federal de Goiás realiza Constelações Familiares para as pessoas que tenham sintomas de doenças crônicas.
A Universidade Federal de Pernambuco através da Justiça Restaurativa vem realizando Constelações Familiares em Presídios. O Juiz de Direito do Estado da Bahia, Sami Storch, desde 2006, vem obtendo altos índices de conciliações com a utilização dos princípios e técnicas das Constelações Familiares Sistêmicas para a resolução de conflitos na Justiça.
Os usos e aplicações das Constelações Familiares vêm, cada vez mais, se ampliando, trazendo novas possibilidades de cura e reorganização das pessoas, relações e instituições.
ROMANO, E. (Diálogos Interdisciplinares) 22-28 pp. Revista Psicologia – Especial Constelação Familiar, Editora Mythos, 2016.